28 de nov. de 2008

game over.

"...diz qual é a graça de já saber o fim da estrada quando se parte rumo ao nada?"

25 de nov. de 2008

As coisas

As coisas querem sorvete Maçã, banana, limão As coisas querem ser coisas Que na verdade não são Algumas coisas eu compro As outras penso que não As coisas todas as coisas Exercem alguma função Deve haver pra tudo isso Alguma explicação: Janela, tela, tênis, vidro, olho e palavrão. Deve haver pra tudo isso Alguma explicação: Janela, tela, tênis, vidro, olho e palavrão. Há coisas que são bem grandes Mas cabem nesta canção Consigo por numa frase Girafa, amor e avião Algumas coisas eu vejo E outras finjo que não As coisas todas as coisas De volta agora no refrão No nosso ponto de vista, as Coisas vão melhorar.

24 de nov. de 2008

Erika Machado - Secador, maçã e lente

Pode ser que sim
Pode ser que não
Que tudo aconteça
Como aconteceu com um amigo de um amigo meu

Ele só tinha coragem de comer maçã
E só comia a metade para emagrecer
Ele não podia molhar porque
Seu cabelo não era a prova d`água
Toda vez que ele molhava enrolava
Sua lente fazia diferente
Não podia abrir um olho embaixo d"água

E dessa forma ele vivia alegremente
Secador, maçã e lente
Secador maçã e lente

Ê vida atoa êêêêêêêê ah!

Equilíbrio entre emoção e criatividade. E assim ela vivia alegremente: secador maçã e lente. E isso nao basta.

23 de nov. de 2008

Ausencia

Ela queria tanto ter pego seu lápis e escrito, colocado para fora, tudo que tinha dentro.
Teria escrito no degrau de uma escada, à beira de uma janela, no chão do seu quarto. Mas escreveu no ar, com o dedo na água, na parede que separa o olhar vazio do outro, já que não possuía a tinta que coloria seus dias.
Recolhia a lágrima a tempo, antes que atravessasse o sorriso e pingasse pelo queixo.

E quando a saudade doia, pegava as palavras que fizeram companhia e as escrevia no escuro da noite, com os olhos, com o coração. Fez isso tanto, tanto, tanto... algumas vezes até que amanhecesse o dia.

Férias...
Mas estou de volta e com algumas estorias pra contar!

8 de nov. de 2008

Duzentos e oito palavras

Seus cabelos não eram dourados e seu vestido não era azul. Ela era só uma menina invisível, deitada num jardim desbotado, olhando o infinito que o Senhor do Destino em sua vida desenhou.
Aquele era o moço que sua alma jamais tocou. Ele vivia preso num único instante.


A felicidade que vinha chegando, teve que seu caminho desviar, pois não fazia parte desta fabula.
O avião que vinha trazendo o “final feliz”, teve que sua rota mudar, pois o Senhor do Destino não o tinha desenhado la.
O pombo-correio que trazia consigo uma estória de amor, bateu seu bico numa nuvem e caiu. Por isso, o moço continuava preso naquele instante.

Se a felicidade não tinha conseguido, o avião também não, nem o pombo-correio teve exito, como que ela, uma menina invisível, que era feita apenas de palavras, poderia chegar até o moço?

Passou horas pensando, ela que não tinha lido em algum livro que uma imagem valia mais do que mil palavras, não teve dúvidas. Abriu a porta invisível, acendeu as luzes transparentes e construiu este imenso abraço de palavras. De duzentas e oito palavras. Para, um dia, se assim o Senhor do Destino permitisse, entregar ao moço preso no instante em que o sonho jamais se realizou.


6 de nov. de 2008

O amor

Um sorriso tímido, o inicio.
Tão lindo.
Um avião nas mãos de um menino.
Um barquinho de papel.
Dois ou três cata-ventos.

A música por trás dos ruídos.
Um coração encostado no outro.
Um ou dois para sempre.
Um par de meias (par, jamais ímpar).

A cumplicidade...
Surge uma palavra inventada.
O som de copos com água, pra matar a sede de dois corações.
O banho: muitas bolinhas de sabão.
O som das gotas no chão.

Uma pipa atravessando as nuvens.
Delírio, paixão.
Dois corpos em movimento.
Doce disritmia.
O Amor.

Ela queria recriar o som do universo, as sensacoes que faziam arder a sua pele e doer o seu coracao. Mas ela nao poderia jamais cantar a melodia que dava agua na boca, os compassos que a faziam bailar, a perfeita combinacao entre o delirio e encanto.

1 de nov. de 2008

Quando nao se tem tudo o que se quer

Ela era de vírgulas, de sorrisos largos e de sol cedinho
Só fechava os olhos para pontuar o cansaço no final do dia
Quando cansava, parava numa sombra, lia sem obrigação
E terminava o dia soprando bolhinhas de sabão que estouravam fazendo cócegas,
Ela tinha vontade é de morar dentro delas...
Mas estava tão triste, tão desesperada que resolveu dançar… Abriu os braços e dançou no ritmo do vento
Compreendeu que havia nascido para as tempestades. Contemplou o sol que veio festejar seu corpo agora quente
E sorriu. Precisava viver, nem que pra isso, tivesse que se vestir de aquarela.


Porque esse talvez seja o único remédio quando ameaça doer demais: invente uma boa abobrinha e ria, feito louco feito idiota, ria até que o que parece trágico perca o sentido e fique tão ridículo que só sobra mesmo a vontade de dar uma boa gargalhada [caio f. abreu]



Porque a vida pede passagem. Que seja eterno e terno, enquanto dure.