17 de mai. de 2010

Esconderijo

O que fazer das incontáveis mortes cotidianas, da qual esta sonhadora e nostálgica mulher não passa de alvo assinalado pelo X da sorte de todo o nó de solidão sufocante? E que mesmo diante da opressão, do saqueio e do abandono, responde com um sorriso tolo nos lábios da vida que explodirá em 30 no próximo dia vinte e dois.

Uma vida secreta que cozinha errante seus grãos e contagia com amor as imagens que vê refletida diante do espelho. Em cada linha escrita, decifro esse caminho com fortuna enquanto invento imagens de poesia com o brilho da luz dos olhos que já brilharam um dia. Trato de deixar em cada palavra dolorida o sumo do coração... da devoção e do deslumbre desmedido em escrever.

Que seja mais uma dessas lições com as quais o destino costuma nos surpreender e que nos " esfrega na cara” a nossa evidente condição de meros joguetes de um fado indecifrável cuja única e desoladora recompensa costuma ser, na maioria das vezes, o desprezo e o esquecimento. E já que é assim: que venha os trinta.

Assiti meu filme preferido A herança de Mr. Deeds, enquanto a música se repetia insistentemente: Procuro a solidão, como o ar procura o chão, como a chuva só desmancha pensamento sem razão. Procuro esconderijo encontro um novo abrigo como a arte do seu jeito e tudo faz sentido. Calma pra contar nos dedos, beijo pra ficar aqui, teto para desabar, você para construir.

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Porque a vida pede passagem. Que seja eterno e terno, enquanto dure.