20 de mai. de 2017

Solidão

Solidão é você falar e ninguém ouvir
Até porque ouvir não está somente ligado a capacidade de ouvir
E sim de entender, participar e opinar quando oportuno.

As vezes minha solidão me enche de “tanto eu”
Eu falando pra mim, dentro mim e comigo mesma
As vezes me acostumo e não me importo, mas tem os outros dias
Dias como hoje, que cansa, que entristece e dói
E nos dia como hoje sinto saudades de mim, de pessoas queridas que já se foram
De me sentir especial

As vezes me basto e as vezes me falto.

37

À medida que o tempo vai passando e que amadurecemos penso que as coisas tendem a complicarem-se mais em nossas vidas, porque começamos a ver as coisas como elas realmente são, sem as fantasias de conto de fadas da infância, sem o romantismo e imediatismo da juventude, apenas enxergando a realidade. 
Viver torna-se difícil e talvez seja esse o motivo dos idosos serem tachados de “reclamões”, pessoas chatas e de difícil convivência porque envelhecer dói e se não tivermos com o coração em constante desapego de mágoas e de coisas que nos chateiam a todo o momento, corremos o serio risco de os tornamos pessoas amargas e infelizes.

As dificuldades vão surgindo e a nossa vida vai se assemelhando a um jogo de vídeo game com suas diversas fases cada vez mais difíceis e complicadas, onde para cada nova fase nos é exigido uma nova habilidade, um novo conhecimento.  E se quisermos continuar no jogo precisamos ir sobrevivendo a elas.
Os problemas de saúde acontecem (não só os nossos, mas o de nossos familiares e amigos também).
Os nossos filhos vão crescendo e a gente vai percebendo que na medida em que crescem os problemas crescem também, por que educar exige muitas habilidades.
Algumas pessoas que amamos nos magoam, outras nos traem, os filhos nunca são o que sonhamos pra eles e graças a Deus por isso senão seriam robôs.
Nossos pais adoecem e morrem, ou ficam sofrendo para morrer.
Aquela ilusão sobre a vida e sobre viver vai se dissipando como nevoa em dias de inverno quando amanhece o dia, e aos poucos vamos enxergando as coisas como realmente são ao redor. Assim parece ser quando vamos amadurecendo e nos dando conta que viver é muito foda!

Ter a mente flexível pra controlar nossos pensamentos e medos é algo bastante difícil de fazer.
Deixar rolar e relaxar pra mim também é. Cobro-me muito e sofro!
Sofro porque acho que não sou a mãe que deveria ser. 
Sofro porque não me acho uma esposa boa o suficiente e tampouco uma profissional ambiciosa. Faço exercícios físicos e me alimento bem mais ainda sim estou sempre na media, minha vida é tão corrida que nem tempo para amigos eu tenho.
Considero-me mediana ou medíocre em tudo.
Não desponto em nada do que faço e ao longo da minha jornada de 36 quase 37 anos eu me cobro porque não consigo relaxar e desapegar.
Tenho fortes dores abdominais e o intestino desregulado há anos e não consigo descobrir o que é, e de alguma forma aceitei que estou doente.

Parabéns pra mim pelos 37 que estão “na tanga de chegar”. Como consolo eu ao menos tenho consciência dos meus erros e dificuldades, sei o que deveria fazer e como deveria ser, mas infelizmente ainda não consegui virar o botão e executar.

Preciso deixar ir, deixar vir e às vezes ficar!
Ler os sinais.
Explodir em estourar.
Não sofrer!

Tenho orgulhinho dos filhos lindos que fiz, gosto da minha honestidade e sinceridade.
Sou persistente e quando meto uma coisa na cabeça eu faço.
Sou bom caráter e ando em dia com meus compromissos, sejam eles financeiros ou de trabalho, sou do tipo: “não devo nada pra ninguém” a não ser pra mim mesma muitas vezes.
Sou da paz e na maioria das vezes trato todo mundo bem, sou carrasca comigo e com os que amo, porque quero sempre o melhor deles e para eles.
Sou grata a Deus pelas coisas que conquistei e pela vida que levo.
Pela família que Ele me deu e os filhos que Ele me confiou. 

Curiosidade sobre o numero 37:
O trinta e sete (37) é o número natural que segue o 36 e precede o 38. Aqui é trinta e sete anos É o 12º número primo, depois do 31 e antes do 41.
É o primeiro primo irregular.

21 de jul. de 2016

A viagem

Dera a partida em seu carro e saiu, como se quisesse agarrar o instante em seus dedos, com receio de que ele nunca mais pudesse ser seu. Por mais que pisasse com raiva o pedal do acelerador do seu automóvel, ele não conseguia acompanhar a velocidade de seus pensamentos que exigiam para si, instantes cada vez mais completos. Seus pensamentos, seus valores e sua concepção de vida cheia de náusea doce a aprisionavam.

Seguia sem rumo pela estrada, sem saber o que estava buscando... por ora bastava saber que partira, embora não soubesse ainda para onde, o destino seria outro problema que ela resolveria depois.

Sentia a pressão fresca e fascinante do vento e nesse instante desejou ser pássaro. O calor fazia com que escorresse o suor entre os seios e o brilho do sol ardia em seus olhos. A vastidão da estrada sem fim parecia acalmá-la, regulava a sua respiração e ela finalmente cochilava dentro de si.

Lembrou de sua infância, de pessoas importantes que ficaram para trás e seguramente concluiu que ser gente grande era muito complicado... talvez estivesse apenas com medo, porque não resolvera o caminho que iria tomar. De repente se lembrou que os desejos são fantasmas que se diluem imediatamente quando o bom senso entra em ação, então mais que depressa, pegou o primeiro retorno da estrada com um único destino: voltar para casa.

Já em sua cama, fica de olhos abertos durante algum tempo.
O sono demora para vir. Ela medita enquanto enxuga as lágrimas que descem de mansinha, com o dorso de suas mãos. Cobre-se com o lençol macio e lisinho que escorrega pelo seu corpo nu. E finalmente ajeita-se na cama.
Fecha os olhos e diz boa noite ao céu de estrelas que ri baixinho de suas tolices.

19 de jul. de 2016

Vinte e dois de maio

Um texto. Algo novo. Diferente. Mais um outono.
Tantas coisas corroendo aqui dentro mas que não posso dizer.
Segredos secretos em lugares escondidos.

Mais um ano que se foi e outro que ganhei.
Tudo depende da ótica.
Alguma coisas não mudam, outras sim.
Parabéns pra mim por mais um ano de vida e outro a minha família por me agüentar.
Tem dias que é difícil, outros que é mais difícil ainda.

Todos os pedacinhos do meu coração magoado é TEU Pai querido.
Te entrego os caquinhos dele para que possas conserta-lo.

2 de mar. de 2016

Do que eu não sei - Suricato

De um livro que nem li aqueles versos copiei
E de tudo que eu vi, daquilo que não sei
São todas frases prontas
São teus meus pensamentos sonsos
Você entra, faz de conta e de início tudo se desmonta e fim

Tudo acaba no beijo que eu senti tanto por não te dar
Sou sim, um zigue-zague desejo
Sedento de vontade de ser par da vaidade que inventei

Na lógica dos mares
Do céu a explicação para os pares
Distante é adiante pra quem tem coração grande feito o meu
Sei tudo o que mereço e quando encontro já me esqueço
Eu já fui tanta gente pra que agora fosse eu mesmo no fim

Tudo acaba no beijo que eu senti tanto por não te dar
Sou sim, um zigue-zague desejo
Cedendo à realidade de ser só nessa vontade que inventei


Tudo acaba no beijo que eu senti tanto por não te dar
Sou sim, um zigue-zague desejo
Cedendo à realidade de ser só nessa vontade que inventei

14 de fev. de 2016

Eu

O tempo passa e não perco o desejo por alimentar minha alma 
Há em mim uma necessidade quase que constante de busca 
Busca por musicas, textos, poesias, lugares
Algo que me faça refletir, que me faça pensar no que ainda não pensei
Que preencha esse meu lado “esquisito”O lado B desse vinil já envelhecido e que embora riscado e marcado pelos anos ainda reserva uma faixa melódica e intensa pra tocar
Onde não existem impossíveis e proibitivos como idade, tempo e limitações físicas

Ás vezes preciso de um tempo pra mimTempo de ficar só... de cansar e castigar meu corpo testando-o até o fim
De sonhar, de pensar e repensar em nada

No vazio de tudo me encontro e invento e depois reinvento uma nova versão de mim
E permaneço nessa busca constante de fazer melhor e diferente, de crescer, de tentar mais uma vez
Essa inquietação, esse desassossego não acaba nunca

E mesmo quando os anos já tiverem tirado o vigor do meu corpo levando consigo minha saúde
Continuarei nessa busca incessante de ser, de encher, de sei lá mais o que
Que me move, sacode, que me tira da minha zona de conforto, que muda o centro da minha gravidade
Mas que de alguma forma me faz feliz, me completa e me define
Faz de mim ser o que sou, complementa essa minha essência sagaz e perspicaz.
E que atende pelo nome de Katita

28 de jan. de 2016

Sobre a morte

Tenho pensando muito sobre a morte.
Geralmente fico um tempo assim logo que a morte leva alguém querido. Foi assim com o meu pai e está acontecendo o mesmo agora que meu sogro se foi.
Fico pensando que não quero ir... não quero partir, apesar de toda a luta que é viver.
Mas depois de tanto pensar, pensar e pensar cheguei a uma conclusão. Muitos já chegaram a essa conclusão, não é nada novo o que vou dizer, mas mesmo assim é algo um tanto difícil de aceitar de verdade, de coração.
Quero viver minha vida até o ultimo... ver meus filhos crescer, curtir meus netos, fazer muitas viagens com eles e só de imaginar minha vida sem eles fico desesperada e choro sem querer e não adianta ficar como uma louca controlando tudo o que vou comer (é cancerígeno? faz mal? tem muita gordura? faz mal pro fígado?) fazendo exercícios apenas  preocupada com isso - que o que Deus tiver reservado pra mim – vai acontecer.
Sim... vai acontecer! Quando eu tiver cumprido com o que Deus tem pra minha vida e das pessoas do meu convívio eu vou partir e não importa quantos quilômetros eu tenha corrido ou de gordura que eu não tenha comido.
É preciso sim cuidar-se, mas acima de tudo é preciso aceitar que não será isso que me garantirá viver mais ou menos dias do que Deus já tem escrito pra mim.
Então... afirmo que não quero ir, quero ficar com a minha família que é a coisa mais importante do mundo pra mim... quero viver com eles muitos anos ainda, casar o Samuel com uma moça linda do cabelão longo e liso e de bom coração, casar o Pedro com uma moça bastante paciente e amorosa, ir à praia mais vezes com eles pra corrermos na areia, fazer muito mingau de aveia com canela pra comer na sala com meu morii e por aí vai.
Se eu tiver que partir antes de tudo o que planejei viver, que o espírito santo de Deus me dê paz e sabedoria pra aceitar e fazer dessa partida, ainda que se trate de um momento singular e dolorido, não triste demais pra eles.
Deus ajuda-me a viver e aceitar isso todos os dias,

26 de nov. de 2015

Diante de Qualquer Nariz - Suricato

Faz tempo que não ouço um som que mexa comigo
mas essa banda Suricatu tem musicas liiindas - gostei de todas - hehehe
e segue agora um trechinho da musica Diante de qualquer nariz

Então me diz se vai ou se me invade
Tanta alma pra mostrar e somente um quadro e um giz


E tanto tempo pra falar e o que eu digo sei que já não diz, não...
Como o medo e a certeza sucetível

O teu silêncio é como um barulho previsível, eu acho
E talvez eu possa te mostar diante de qualquer nariz
Que pra entender o que há dentro leva tempo
De mim você não sabe nem metade... nem metade

na verdade de mim, nem eu mesma sei
acho que murchei e caí por aí

17 de nov. de 2015

Correria da vida

pois é... continuo viva apesar da correria da vida
filhos crescendo e educa-los não é tarefa fácil
mas sinto saudades daqui, de escrever, de ser Katita de vez em quando

não sei mais quem eu sou ou do que gosto de fazer, 
acho que não sou mais Katita, sei que me perdi por aí
agora sou apenas a mãe do Samuel e do Pedro.


11 de mar. de 2015

Redescobrindo-se

e...
Que meus dias sejam mais felizes e intensos
Que eu me redescubra em meio a tantos papeis
E que ao menos em um deles eu possa ser eu
Doce e dolorida


Porque a vida pede passagem. Que seja eterno e terno, enquanto dure.