Ela era assim.
Às vezes preenchia e ás vezes faltava.
Tinha mania de contar os dias e ás vezes vivia os dias que esquecia de contar.
Sobrevivia.
Sempre achava que ia morrer daqui a pouco...
E acabava vivendo daqui a pouco também.
E quando ela tinha certeza que acabava, é que tudo começava... algo segredava em seu coração que enquanto os seus lábios não viajassem lentamente de encontro aos dele, como dois planetas condenados a colidir pelo efeito da gravidade, ela não partiria desse universo.
E ela sabia que a colisão deveria ser breve, pois logo ela abandonaria o colegial.
Ela era de uma capacidade inimaginável de sonhar.
Vimos uma margarida e nem sequer era Primavera
E disseste que margarida é amarelo e branco
E eu disse que branco era paz
E disseste que amarelo era desespero
E dissemos quase juntos
Que margarida era então
Desespero cercado de paz por todos os lados
(Caio Fernando Abreu)
Um comentário:
Ela era quase inconstante
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