17 de jul. de 2008

Zero

"...Do zero ao infinito vou caminhando sem parar. Mas ao mesmo tempo tudo é tão fugaz. Eu sempre fui e imediatamente não era mais. O dia corre lá fora à toa e há abismos de silêncio em mim." - Clarisse Lispector

Comecei no zero hoje...
Olho para os lados e nada parece fazer sentido
Ando tão triste
Buscando respostas para tantas perguntas
Tantas coisas não resolvidas em mim

Tudo tão abstracto
Tão intangível como nuvens de pensamentos
Vejo meu dia passar como se não fizesse parte dele

Onde estão meus olhos agora?
Passeando entre dores e dissabores em minha alma
O que me prende a esse mundo
porque penso tanto nele?

Confiar em quem a não ser em Ti?
Pensar em quem a não ser em Ti?
o dia ainda não acabou
Me calo e espero
Quem sabe Pai, você ainda sorria pra mim!

Isso não pode acontecer
O rio tem que seguir seu caminho
E as folhas secas precisam tecer
Esse tapete macio e colorido
Que me impulsiona a viver

Eu não posso parar
Ai como gostaria de asas ter
Fechar meus olhos
E num piscar de olhos
Deixar de querer

As coisas foram traçadas com perfeição
Não tenho direito e nem almejo mudar
O rio sempre corre para o mar
E não há tempo nem espaço para sonhar

Declaro agora que livre sou!
Nisso posso piamente acreditar
Cuide agora do meu pobre coração
Porque essa dor tem que passar!

Essa dor é mesmo de doer!!!

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Porque a vida pede passagem. Que seja eterno e terno, enquanto dure.