"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender.
Entender é sempre limitado.
Mas não entender pode não ter fronteiras.
Sinto que sou muito mais completa quando não entendo.
Não entender, do modo como falo, é um dom.
Não entender, mas não como um simples de espírito.
O bom é ser inteligente e não entender.
É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida.
É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice.
Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco.
Não demais: mas pelo menos entender que não entendo." (Clarice Lispector)
É... adoro esse texto da Clarice, porque sou assim.
Antes mesmo de ter a plena consciência de que fazia isso, sempre fiz.
Gosto de ser assim, de fingir que não entendo o que sei de cor.
É mais fácil, a gente não precisa explicar, opinar... basta não entender!
Das coisas que não disse, senti.
E ainda sinto.
Um comentário:
Estava passando pelos blogs, encontrei o seu e achei bem legal... de todos que vi, foi o que mais gostei!
Parece ser uma pessoa muito inteligente e também escreve muito bem... deve gostar de ler
Parabéns!
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