13 de fev. de 2009

O som do adeus

Onde é mesmo que as coisas terminam?
Ou quando será que elas realmente começam?
Pode partir de um instante, de um objeto...
Ontem ele foi meu
Hoje é seu
Mas poderia ser nosso, se você assim quisesse.

Ela vinha ocupando seus dias e suas solitárias noites com todo o tipo de tarefas que lhe mantivessem ocupada, assim não ouvia as duras batidas de seu coração que teimava em pedir coisas que ela jamais poderia ter.

O som que sua alma ansiava por viver, por conhecer, por ter.
O som do perto, o som das estrelas que pareciam lhe chamar pelo nome... mas dona moça, você sempre quis mais do que poderia ter. Porque?
Você precisa mesmo é aprender a perder.

Naquela semana, só o que se podia ver eram as gotas de chuva que inundavam seu quintal, levando nas enxurradas de águas salgadas, seu doce sonho de primavera, que tarde da noite, molhavam o seu rosto e apertavam seu coração.

Ela achou que seria possível viver uma vida inteira dentro de uma única noite, mas algumas coisas não mudam nunca, e só depois é que ela se deu conta que a balança da vida ria de sua dor e agonia.

Em seu coração de menininha mulher cabiam sorrisos, contos, beijos doces e uma porçao de diamantes.
Sonhava com um quintal de grama verdinha e um céu azul cheinho de estrelas brilhantes e bonitas.

Só conseguia se lembrar do barulho surdo que as folhas secas provocaram quando seus pés as tocaram, que ainda faziam o mesmo som que maltratava o seu coração.
O instante parou e mais uma vez guardou a frase pequena na sua garganta.
Ficou muda, imóvel, mal conseguia respirar.
Tudo o mais seria impossível para ela.

Todos aqueles dias coloridos tinham acontecido para acabar assim.
Mas... onde é mesmo que as coisas terminam?
Onde fica o ponto final de um sonho impossível?
Dentro da realidade que pouco a pouco vai devolvendo o tom desbotado de seus dias.

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Porque a vida pede passagem. Que seja eterno e terno, enquanto dure.