5 de jan. de 2010

Dois mil e dez

Chegou 2010 e nota-se que o que mudara na verdade foram alguns números nos calendários, nas folhas das agendas e na assinatura das folhas de cheques.
O restante parece sempre o mesmo.
A maldade do mundo. As tragédias que nos acometem... a chuva que arrasa ou do medo que paralisa e prende. O açucar amargo que envolve as metas e os objetivos que nos impulsionam a abraçar com garra e paixão as obrigações rotineiras e por vezes cansativas que nos acompanham (trabalho, estudo e o contexto social).

As exigências são cada vez maiores e os recursos no entanto, menores.
A excassez gera a necessidade que fazer nascer os desejos.
Desejos de todo tipo... do consumo desmedido, das informações que não trazem o conhecimento, de poesias que não emocionam e de sonhos impossíveis.

Não há tempo para pregar os olhos.
O necessário de hoje já foi supérfluo um dia e o caráter que nos falta hoje é pura besteira.

Se pudesse iria embora... quem sabe fosse ver o mar, ler um romance envolvente.
Se pudesse contaria que o céu é um mar que chove. Chove triste e cansado. Murchinho.
Mas ainda tenho sonhos enroscados como cabelos em minha garganta.
Há muito tempo que a humanidade não acredita em sonhos e há muito eu não acredito na humanidade.

"Na minha opinião
existem dois tipos de viajantes:
os que viajam para fugir

e os que viajam para buscar" (Érico Veríssimo)

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Porque a vida pede passagem. Que seja eterno e terno, enquanto dure.