14 de abr. de 2010

Cor de lume

Tenho feito um pouco de tudo e muito de nada. Nesses últimos dias tenho evitado olhar para o teclado, evitado escrever, evitado deixar a minha mente ociosa, porque há momentos em que parece não existir razão para viver e tenho medo das coisas que posso escrever nessas horas.
Absolutamente nada parece estancar o vazio que transborda por aqui. Coisas da minha eterna companheira solidão... vai passar, é só ter um pouco de paciência. Volto assim que eu estiver mais feliz, pra falar de coisas boas e bonitas. Acho que estou com cor de lume hoje.

E pra você, fica um trechinho doce de um livro que li recentemente: “Mudava a cor de seus olhos conforme o meu estado de ânimo: cor de água de despertar, cor de açúcar queimado quando ria, cor de lume quando a contrariava. E a vestia para a idade e a condição que convinham às minhas mudanças de humor: noviça apaixonada aos vinte anos, puta de salão aos quarenta, rainha da Babilônia aos setenta, santa aos cem.” Memória de minhas putas tristes – Gabriel García Márquez

2 comentários:

Rafiki Papio disse...

Não entendo pq escrever apenas quando está feliz, se a escrita sempre foi pra mim um modo de escapar, de emergir um pouco da lama para respirar.

Ou talvez..ou talvez eu entenda sim.

Mas eu gosto de escrever qndo estou desgostoso da vida, acho que eu comecei assim.

Katita disse...

Eu concordo com você Rafiki e até acho que nossos melhores textos são frutos de dias ruins, dias tristes. Mas há momentos que você está tão triste e desanimado que escrever esse momento parece de alguma forma eterniza-lo... e é disso que tenho medo.

Mas de qualquer maneira já está passando e logo ficará apenas a solidão "comum" de todos os dias, aquela que nos inspira a falar dela.



Porque a vida pede passagem. Que seja eterno e terno, enquanto dure.