30 de mai. de 2008

Cecília Meirelles

Hoje que seja esta ou aquela,
pouco me importa.
Quero apenas parecer bela,

pois, seja qual for,
estou morta.

Já fui loura,
já fui morena,
já fui Margarida e Beatriz.

Já fui Maria e Madalena.
Só não pude ser como quis.

Que mal faz, esta cor fingidado meu cabelo,
e do meu rosto, se tudo é tinta:
o mundo, avida, o contentamento, o desgosto?

Mas quem viu, tão dilacerados, olhos,
braços e sonhos seus e morreu pelos seus pecados,
falará com Deus.

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Porque a vida pede passagem. Que seja eterno e terno, enquanto dure.