Ela se achava corajosa, porque admitia seus medos, suas neuroses, toda a parte feia e real que todo mundo quer esconder.
Mas ninguém nunca a tinha visto tão nua e transparente.
Mas ninguém sabia do seu medo de nadar em lugares profundos, de se perder um pouco de tanto amar, de não ser boa o suficiente.
Ela escondia sua alma de verdade, seu prazer de verdade, seu choro baixinho embaixo da coberta com medo de não ser bonita e inteligente.
Ela achava que não seria amada de verdade se mostrasse sua face desfigurada, intensa e verdadeira. Ah, como ela era possuída por sua sensibilidade!
'Toda alegria é assim; já vem embrulhada numa tristezinha de papel fino.'
{Millôr Fernandes}
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